“Ser quieto é baixar o botão de volume da vida.”
Esse livro abriu minha visão sobre Afeganistão. Desde os tempos escolares sinto dificuldades em entender questões como a guerra entre Xiitas e Sunitas, o motivo das mulheres serem obrigadas a utilizar ‘burqas’ e o que faz um país parar todos os dias o mesmo horário, independente do que estiver fazendo, e rezar olhando em direção ao mesmo lugar…
Nesse romance, o autor mostra que mesmo em um ambiente totalmente diferente do que conhecemos, a alma das pessoas tem as mesmas aspirações. É possível se identificar com, ao menos, uma personagem ou uma situação.
O livro fala sobre uma amizade frágil entre dois jovens afegãos: Amir – pashtu (o grupo dominante do país), mora na casa principal com seu pai, homem rico e respeitado em Cabul, e fraco – e Hassan – hazara (etnia odiada no Afeganistão) , mora na casa dos empregados e trabalha na casa de Amir, além de não frequentar a escola, é corajoso e bom. A amizade se estende aos pais de ambos. O pai de Amir trata Hassan e seu pai com muito carinho e respeito, tanto que muitas vezes Amir tem inveja da maneira com que seu pai trata Hassan.
A brincadeira preferida das crianças em Cabul são as pipas. Todos os anos acontece um grande campeonato e Amir sonha em ganhá-lo e provar ao seu pai que tem valor. Naquele dia várias coisas acontecem e uma imagem de fraqueza fica gravada na memória de Amir. Um fantasma que irá atormentá-lo durante toda a sua vida. Logo após começam os conflitos políticos no Afeganistão e Amir e seu pai fogem para os Estados Unidos. Amir cresce, se torna um escritor famoso e vive um casamento feliz, até que recebe um telefonema do Afeganistão. ” Há uma maneira de ser bom denovo…”.
Amir decide voltar ao Afeganistão, acreditando que assim poderia se livrar do fantasma de uma vez por todas!
O livro ainda faz analogias como “as amizades são frágeis, como as pipas voando… estão suspensas apenas por uma linha… ” e “sempre seremos Caçadores de Pipas”.
Impossível não se emocionar a cada página!
Obs.: Eu assisti o filme e li o livro. Se no filme é possível chorar e se emocionar, imaginem com o livro…