50 tons de cinza – E.L. James

Escrever sobre livros que viram febre mundial nunca é fácil. Sempre rola atritos de opiniões, de gente que não costuma ser educado.
Mas, vamos lá dar a cara a tapa mais uma vez rs

Eu chamaria esse livro de “Crepúsculo com sexo”.
É um livro adolescente, que trata a prática de BDSM de forma leviana. Não é a toa que virou febre (entre adolescentes que estão descobrindo o sexo e “senhoras de família”).

A narrativa é rápida e o leitor termina o livro rapidinho. Mas o conteúdo…caramba, deixou TUDO a desejar.

Vamos à sinopse:
Trata do improvável romance de Anastasia Steele, uma estudante puritana e Christian Grey, um milionário excêntrico.
Romance recheado de cenas de sexo ditas “picantes”.

Mas caramba! Porque os personagem precisam ser perfeitos? Não passa veracidade ao que está sendo lido.

Outro ponto: o livro é preconceituoso.
Sim, preconceituoso. Porque pessoas que praticam BDSM precisam ser descritas como doentes e precisam “ser salvas”? Hein, hein?

Além de tratar o assunto sem profundidade (tapas e mordidas não fazem parte só do mundo BDSM, isso se chama sexo!), criar personagens irritantemente perfeitos, a história é rasa.

É um conto de fadas onde a princesinha transa antes do casamento.

Não, não recomendo.

Pandora

Noah foge de casa – John Boyne

Noah é um garoto de 8 anos que resolveu fugir de casa.
Em um dia, antes do amanhecer, Noah sai sem destino para viver grandes aventuras e conhecer o mundo.

Conhece um senhor que faz brinquedos de madeira para viver e as histórias de ambos se entrelaçam, o velho recordando sua infância e Noah recordando bons momentos ao lado de seus pais, até que a saudade começa a apertar.

Esse foi um livro difícil. Até perto do fim eu ainda estava tentando decidir se eu tinha gostado ou não.

Confesso que comprei porque o autor foi fascinante em seu livro “O menino do pijama listrado” e botei fé que esse seria outro livro arrebatador. E a sinopse é encantadora e promete.

Infelizmente, o prometido não foi cumprido (ou será que coloquei muita expectativa no livro?).

O que rolou foi uma história insossa, que se arrasta longamente, fica chata, difícil de prender a atenção. Um livro curto que demorou muito pra ser lido. E não acrescentou nada.

O autor tentou, sem sucesso, escrever uma história infantil que agradasse também os adultos.
Mas, enquanto em “O menino do pijama listrado” isso aconteceu naturalmente, em “Noah foge de casa” o tom foi forçado e a narrativa perdeu-se para os dois lados: é muito difícil para crianças e muito chata para adultos.

Resumindo, é um livro que não cativa nenhum dos públicos, é pretensiosa e não acrescenta nada.

Pandora

A pecadora – Petra Hammesfahr

O livro começa arrebatador: Cora, uma jovem mãe, sem motivos aparentes ataca um homem e o mata.
O que levou essa jovem a cometer esse crime? Houve, de fato, alguma motivação ou Cora é apenas uma pessoa perturbada?

O início é forte e perturba, você entra na pele de Cora, sente sua frustração, angústia e mágoa.

No decorrer do livro, Cora é conduzida em um extenso interrogatório e é nesse momento que o livro começa a perder a graça.
A autora ainda tenta nos colocar na mente da personagem, mas sua narrativa perde força e se torna enfadonha.

Em muitos momentos o livro foi se arrastando, dando voltas em torno de nada e enrolando o leitor.

A história em si parecia mais interessante, mas cheguei à página final e pensei: “Ok, mas qual o objetivo da história?”.

Foi mais um daqueles livros médios, que eu poderia ter facilmente dispensado. =/

 

Pandora

Strange Angels – Lili St. Crow

Dru Anderson é uma adolescente incomum: seu pai é um caçador. Caça as criaturas sombrias que as pessoas normais não podem ver, mas Dru pode. Por isso, ela o acompanha nas caçadas, sendo os olhos de seu pai.
Uma noite fria, seu pai, em uma caçada solitária, é transformado em zumbi.
Agora, Dru está por conta própria. E existem muitos seres que adorariam colocar as mãos nela…

Não estou decepcionada porque não esperava muito desse livro, mas mesmo assim achei que a narrativa poderia ser melhor.
A sinopse é interessante, e até foge um pouco da enxurrada de livros com protagonistas adolescentes. Mas não convence.

O livro é narrado pela própria Dru, mas é confuso, dando voltas e voltas a toa. Algumas partes interessantes/importantes carecem de uma narrativa mais rica, enquanto um mero copo de suco é exaustivamente detalhado. Faltou foco.

No geral, é um livro meia-boca. Tem piores, mas tem muuuuuuuitos melhores.
Como é uma série, não indico. Não vale a pena chegar ao fim do livro sem que a história termine e não vale a pena ler uma série narrada dessa forma.

Pandora

Magia ou loucura – Justine Larbalestier

Ainda não decidi se gostei ou não desse livro. No momento, estou propensa a classificá-lo como regular.

Razão é uma jovem de 15 anos que vive no interior da Austrália com sua mãe, Sarafina. Ambas vivem fugindo de Esmeralda, avó de Razão.
Sarafina criou Razão para acreditar em fatos concretos, em números e a fez acreditar que magia não existe e Esmeralda é louca e maldosa.
Até o dia em que Sarafina enlouquece e Razão vai parar na casa de Esmeralda, a pessoa que mais odeia e teme.
Na casa de Esmeralda, Razão conhece Tom, um garoto da vizinhança e o usa para explorar possíveis rotas de fuga.
Até o dia em que Razão acha uma estranha chave e abre uma porta…

No início, achei o livro interessante. Meio doido com a história dos Fibonaccis, mas original.
Após a passagem de Razão pela porta, perdi o tesão com o livro. Achei enfadonho, com umas viagens sem motivo.
E o pior, não deu maiores explicações. Como é uma série, a autora guardou tudo pro próximo livro, e esse ficou parecendo uma espécie de introdução, sem chegar de fato a revelar muita coisa.

Não digo que não deve ser lido, mas não entra como recomendação minha.

Pandora

O mundo de vidro – Maurício Gomyde

Conheci esse livro através da divulgação pelo próprio autor no site de “relacionamentos literários” http://www.skoob.com.br (aliás, visitem, recomendo o site).

A seu favor, posso dizer que Maurício Gomyde é bastante simpático e fez um excelente trabalho, conseguindo com que muita gente lesse seu livro.

Eu tentei, mas não desceu. Li tantas resenhas positivas, mas não consigo enxergar tudo que as pessoas falaram a respeito do livro.

Pra mim, começou mal logo no prefácio Bom, eu adoro prefácios, quando eles me agradam, vejo o livro com outros olhos.
A história em si é bem clichê: um cara zero à esquerda se apaixona pela deusa glamourosa. Os personagens não tem nome, são apenas “Ele” e “Ela”.

Pelo que andei vendo, o livro é clichê do começo ao fim. Achei que tem excesso de situações ridículas e intangíveis. Resumindo, faltou empatia.

Mas, como aparentemente fui a única que não gostou do livro, leia por sua conta e risco. Esse tipo de literatura não me agrada, mas pode agradar você.

*Agradecimentos à Maurício Gomyde, que me deu o livro. Desejo sucesso.*

Pandora

A garota da capa vermelha – Sarah Blakley-Cartwright & David Leslie

Quando vi o trailer do filme A garota da capa vermelha, fiquei empolgada. Adoro releituras de contos de fadas, e curti a chapeuzinho vermelho versão dark.
Originalmente esse é um roteiro para o filme que logo vai estrear nos cinemas e foi adaptado para criar um livro e, segundo a diretora, permitir dar mais profundidade aos personagens, o que é impossível no pouco tempo do filme.

Mas, achei o livro mal escrito. Há passagens confusas e ele é escrito em sentenças curtas, o que não me agrada. E não achei os personagens lá muito profundos.
E o final…acho o objetivo foi preservar o suspense para o filme e tudo foi deixado muito em aberto. Odiei.

A favor do livro, posso dizer que ele prende com o suspense (Quem é o Lobo?) e curti o fato do livro não girar em torno do triângulo amoroso Peter-Valerie-Henry.
Também adorei a capa (é uma cena do filme) e o clima gótico do livro, com seus aldeões taciturnos, a desconfiança entre os habitantes da aldeia. Nada de “final feliz” aqui.

Só acho que poderia ter ficado mais bem desenvolvido, com um final satisfatório e personagens realmente cativantes.
Acredito que o filme será melhor que o livro.

Pandora

O estranho mundo de Zofia e outras histórias – Kelly Link

Confesso que esse livro foi uma grande decepção.
Ao ler a sinopse, fiquei empolgada. Adoro livros de contos e esse parecia realmente promissor. Além do trabalho gráfico da capa ser muito foda.

Mas, o que eu encontrei, foram páginas e páginas de baboseira non sense, exageradamente bizarras.

Comparar esse livro com Alice, Sandman e afins é uma heresia.

Todos os contos terminam de forma abrupta, com desfechos insatisfatórios. Alguns contos se arrastam e se tornam enfadonhos. Outros, perturbam, mas não são bem conduzidos até o fim.

Acabei lendo até a metade do livro e posso supor que os demais contos serão igualmente desprovidos de atrativos.

Não recomendo, uma pena.

Pandora

O vampiro que ri – Suehiro Maruo

Suehiro Maruo é tido como o Sade dos mangás. Dono de um traço limpo, seu trabalho é bem conceituado no universo dos mangás.

Eu li muito bem sobre essa HQ e foi uma tremenda decepção. Me pergunto como um cara desses consegue ser tão cultuado.

São várias histórias paralelas se entrelaçando: uma vampira que transforma um garoto, colegiais que espancam mendigos, garotas que se vendem, um cara com fantasia de palhaço que estupra, um garoto que gosta de machucar os outros…

O problema é que tudo é extremo, as cenas são grotescas e, em sua maioria, desnecessárias. Não chocam, só são apelativas.
Quem curte gore, vai gostar desse mangá. Pra mim,  foi uma perda de tempo.

Pandora

A casa – André Vianco

André Vianco é um autor que sempre me deixa dividida. Enquanto alguns de seus livros (O senhor da chuva, O caminho do poço das lágrimas) são muito bons, outros deixam a desejar (Vampiro rei, Bento…).

Durante muito tempo deixei pra lá esse livro, porque achei o tema meio estranho, fora do “normal” de André Vianco. E porque livros espíritas não fazem a minha cabeça.

O livro mostra quatro personagens, cada um deles com sua tormenta pessoal, em busca de alívio. E todos recebem um convite para conhecer “a casa” e tentar aplacar a dor. Os personagens não tem relação nenhuma entre si, é como se fossem quatro contos, mostrando o antes e depois dessas quatro pessoas.

A idéia até parecia interessante, mas eu odiei o modo como esse livro foi escrito, cheio de sentenças curtas, por exemplo: “Ismael pegou a chave. Caminhou para o carro. Deu partida.” e por aí vai. O pensamento fica entrecortado, a leitura não flui de modo prazeroso. E é escrito assim do início ao fim.

Chegou um momento em que fiquei dividida, decidindo se era ou não um livro espírita…rsrs Não vou comentar muito sobre isso, cada leitor terá sua opinião a respeito.

Mas posso afirmar que, depois de ler dezenas de resenhas falando muito bem desse livro, eu esperava mais dele. Não consegui me envolver com nenhum dos personagens, não torci por ninguém, não me emocionei. Achei o livro bem raso, pra falar a verdade.

Resumindo, esse é um livro que não me acrescentou nada.

Pandora