George Martin (para facilitar o chamarei assim) é americano e foi roteirista de Hollywood durante 10 anos, abandonando para se tornar escritor, lançou o primeiro livro da série Crônicas de Gelo e Fogo (Guerra dos Tronos) em 1996, e recentemente alcançou o topo nesse estilo, impulsionado pelo sucesso da adaptação de seu primeiro livro para a TV Game Of Thrones exibida no canal HBO, porém, todo o reconhecimento não veio sem mérito, o enredo é envolvente e reserva diversas surpresas e, não por acaso, está escrito em vários livros enormes e a séria ainda não está concluída. Recentemente foi lançado nos EUA o quinto volume A Dance With Dragons, no Brasil, até o momento, foram lançados os dois primeiros volumes Guerra dos Tronos e Fúria dos Reis – o terceiro Tormenta das Espadas já está em pré-venda e tem previsão para o mês de setembro desse ano – A historia se passa em Westeros, uma terra fictícia semelhante a Europa medieval exceto, é claro, pela existência de criaturas fantásticas como lobos gigantes e dragões (extintos), de muitas historia sobre magia tratadas como lendas (bem isso não seria exceção mas o prefácio do livro já explica o que eu quero dizer) e também de estações sem duração fixa, podendo verões e invernos duraram meses ou anos. A narrativa também é um pouco diferente, sendo dividida em capítulos curtos, tendo alguns personagens como ponto de vista. Resenharei aqui os dois primeiros volumes, assim que tiver oportunidade voltarei pra falar dos outros!
Guerra dos Tronos: Depois de um longo e próspero verão, as previsões são de que um igualmente longo e duro inverno está chegando, o Rei Robert Baratheon, após a morte de Jon Arryn que ocupava o cargo de “mão do rei”, a segunda pessoa mais importante do reino, vai até Winterfell, fortaleza pertencente a família Stark, governada pelo Lorde Eddard Stark, seu amigo de infância e um dos principais guerreiros que o ajudou a conquistar o reino, Robert pede para que seu amigo se torne a “mão do rei”, ao mesmo tempo q Lysa Arryn, esposa do falecido Jon e irmã da senhora Catelyn Stark envia uma mensagem dizendo que seu marido foi, na verdade, assassinado, sabendo disso e a despeito de não estar inclinado a aceitar, Lorde Stark se encaminha a cidade de Porto Real, a sede do governo, levando suas filhas e deixando pra trás seu herdeiro Robb, para que governe em seu lugar. Enquanto isso, Viserys Targeryen, filho e herdeiro do rei Aerys Targeryen, o rei louco, deposto 14 anos antes por Robert, que estava escondido nas cidades livres, acertava o casamento de sua irmã mais nova, Daenerys, com o Khal Drogo, líder de uma das tribos nômades do povo selvagem dos Dothraki, para assim obter dele um exército capaz de invadir a terra de Westeros e tomar o que ele julgava seu por direito, o trono de ferro. Em Porto Real, Eddard se depara com todo tipo de intriga e desmandos do rei, planos sórdidos são traçados e ninguém é, de fato, aliado ou inimigo, tudo depende de interesses e todos jogam o tal “jogo dos tronos” do titulo original (No jogo dos tronos você vence ou morre), nem descrevi muitos dos personagens que tem grandes papéis nesse livro, ou o terão no próximo, pois são muitos e também tive a intenção de evitar spoilers, mas podem anotar ai nomes como Jon Snow, Jaime e Tyrion Lannister, Joffrey Baratheon… enfim, e o final desse livro reserva MUITAS surpresas (pelo menos uma que é de deixar de boca aberta).
Fúria dos Reis: O verão finalmente chegou ao fim, e depois dos acontecimentos do primeiro livro, o reino de Westeros está completamente fragmentado e em guerra civil existindo cinco reis auto-proclamados, os Stark reclamam para si o título de reis do norte, como já foram seus antepassados, Balon Greyjoy o faz das Ilhas de Ferro, como já havia feito anos atrás, quando foi derrotado por Robert e teve seus dois filhos mais velhos assassinados e o mais novo Theon, levado como refém por Eddard Stark, não revelarei o nome dos outros a fim de preservar o texto de spoiler do primeiro livro. Este volume, até pelos rumos que a história tomou, é bem mais direto que o primeiro, contendo muito mais batalhas do que “politicagens”, apesar de que eu – correndo o risco de parecer contraditório – achei que esse livro perde um pouco o fôlego lá pelo terceiro quarto, recuperando no final, mais uma vez com fato surpreendente (e quase tão cabeludo quanto no primeiro livro, que oportunismo em senhor Martin? Hahaha).
Pra efeito de conclusão até aqui, os dois livros são bastante longos e muito bem escritos, mesmo eu gostando mais do primeiro, ambos tem personagens carismáticos e muito bem construídos, bem como temas dificilmente abordados em livros de fantasia, tornando o conjunto bastante interessante. O duro é saber que o senhor Martin é bem lerdinho, ainda não escreveu a história inteira e já não é nenhum moleque… (vai que o véio morre?)
Marcos